sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sistema de cotas nas passarelas

A proposta de estabelecer uma cota mínima de modelos negros para desfilarem na SPFW gerou uma discussão sem consenso entre modelos, estilistas, ministério público e a organização do evento.
Segundo a organização da semana de moda paulistana a escolha das modelos que desfilaram fica por conta do estilista de cada marca, sem qualquer interferência no evento.
A estilista Glória Coelho deu declaração polêmica a respeito do assunto, ela afirmou: "No fashion week já tem muito negro costurando, fazendo modelagem. Muitos com mãos de ouro, fazendo coisas lindas, tem negros assistentes, vendedoras, Por que eles tem de estar na passarela?"
A promotora Débora Kelly Affonso, do grupo de atuação especial de inclusão do Ministério Público paulista, atua desde o ano passado para descobrir se há prática de racismo na SPFW, que é o principal evento de moda do calendário fashion brasileiro.
Hélder Dias Araújo, dono da agência paulistana HDA, que é especialista em modelos negros, se diz contra o sistema de cotas nas passarelas. Mas concorda que essa situação já chegou ao extremo e concorda que talvez essa seja a única solução. Sobre a falta de modelos negros Hélder diz que já recebeu vária explicações: "Já me disseram que a pele negra não era compatível com acartela de cores da coleção. Quando pedem negros, querem que eles tenham traços delicados e pele mais clara". Hélder diz que quando querem modelos negros é ,na maioria das vezes, para desfiles temáticos ou que tenham que mostrar o corpo. E diz que os modelos negros acabam indo para o exterior e se tornando famosos, mas não conseguem seguir carreira no Brasil.
Sobre a discussão o estilista Ronaldo Fraga comenta: " O problema está na raiz, e a gente fica discutindo folhas. Já precisei sair as ruas para procurar modelos, porque as agências não oferecem nada novo, e preciso de gente com cara de brasileiro". Em sua última coleção Ronaldo levou a passarela apenas idosos e crianças e diz que vê com bons olhos a idéia das cotas: " Não sei se as cotas resolverão alguma coisa. Mas trazer o assunto já é um mérito. Vários estilistas não usam modelos negros porque não gostam, eu sei. E ainda falam que o problema é o tamanho do quadril. Pura conversa fiada".


Vogue Negra

Em julho de 2008 foi lançada uma edição histórica da Vogue italiana que foi batizada de Black Issue (Edição Negra).
A publicação trazia em sua capa Iman, Naomi Campbell, Alek Wek, Pat Cleveland, Liya Kebede, Chanel Iman, Veronica Webb, Tyra Banks e Karen Alexander.
A idéia da editora Franca Sozzani e do fotógrafo Steven Meisel de trazer as modelos para três reportagens se estendeu para revista toda e se transformou em um alerta para o mercado.
Nas temporadas de moda seguintes o reflexo da edição foi imbatível, o sucesso da revista levou mais modelos negras as passarelas.






6 comentários:

  1. Baaa beem legal o tema desse poost coleega!
    parabéns pela ideia!

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  2. muito bom!
    sério! a linguagem e as informações! parabéns !

    mazá garota heim!

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  3. Excelente postagem, Lu! Além do texto bem escrito, escreve sobre um tema importante não somente no mundo da moda. Parabéns!

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  4. Luísa!!!!Não acredito que alguém pode dizer isso sobre,a raça negra.Que forma de preconceito é essa, que tarja os negros apenas como as pessoas que trabalham nos bastidores.E sim, temos belos negros modelos embora eu não possa citar alguns você sabe colega não estou inteirada nesse mundo da moda.Hhehehehehehe!!!Mas sabe não acredito que se possa julgar alguém pela cor.
    bjs amada.

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  5. Quer que eu cite algumas?

    Naomi Campbell
    Ana Bela
    Gracie Carvalho
    Rael Costa
    ...

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